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sábado, 1 de maio de 2010

CONVERSA DE CRIANÇA

Quando meu filho tinha três aninhos, no caminho da escola ele me perguntou:
_ Mãe, o que é violência?

Eu fiquei pensando na melhor forma de conceituar a violência para aquele pequeno ser. Respondi:
_Tudo que é contra a vida, é violência.

Ele ficou pensativo e então me veio com essa:
_Mas...os Power Rangers são do bem e...matam!

Ora, que belíssima conclusão!!

Nesse momento percebi o quão importante é a presença dos pais na orientação dos conceitos que as crianças formam via inocentes desenhos infantis. Naquele momento perguntei-lhe se só por serem do bem os Power Rangers não estariam cometendo violência ao matar alguém;  Se eles eram tão poderosos, porque eles tinham que matar? Não haveria uma outra forma de controlar àqueles homens do mal?

Hoje vemos muitos jovens sem qualquer indício de humanidade e civilidade. Não respeitam o bem público e muito menos as pessoas. Atacam trabalhadores nos pontos de ônibus, botam fogo em índios, matam gays, picham muros, quebram orelhões, metrôs, entre outras coisas. Esse comportamento não é privilégio somente da classe pobre, mas de todas as classes sociais.

Não tenho dúvida que a ausência dos pais em momentos cruciais na formação desses jovens foram decisivos para que se tornassem o que são. Criança precisa de resposta às suas perguntas, precisa de parâmetros para estabelecer sua personalidade. E isso responsabilidade da família senão, outros o farão.

Às vezes o cansaço nos impede de dialogar com nossos filhos, e é tão simples e fácil vê-los quietinhos na frente da TV ou na NET, que esses meios de comunicação parecem  definitivamente inofensivos. Não percebemos as mensagens subliminares que são transmitidas aos nossos filhos via comercial de TV, desenhos, músicas. Muitos até acham bonitinho suas filhinhas dançando o “Créu”.

Nesse ponto sou a favor da radicalização. Manter a raiz. Raiz é aquilo que nos sustenta, e o que é isso senão os nossos valores? Na minha casa não se ouve esse tipo de música e a razão é esclarecida a todos. Alguns me dirão “não ouvem na sua casa, mas não adianta, na escola, na casa dos colegas, na rua, todos estão tocando”. Mas às vezes uma maioria significa que todos os tolos estão do mesmo lado.

Insisto e não tenho medo de radicalizar. Existem valores que não admitem meio termo. Me sentiria orgulhosa se meus filhos se tornassem agentes de transformação e não tão somente massa de manobra, que consome tudo o que a mídia produz sem reflexão alguma. Pais... façam a sua parte, percam tempo com seus filhos!!