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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Compra de votos na escola




Outro dia, na festa junina de uma escola conceituada daqui, eu me divertia enquanto escutava a diretora anunciando a rainha da festa: a vencedora foi a “fulana de tal” com “trocentos mil votos”...o curioso é que a menina é parente de um político famoso na cidade.

Mas o que eu quero falar é como são captados esses votos.

Você se lembra da sua época escolar?

Sim...eles são VENDIDOS!

E essa negociação se dá no interior da escola, instituição que deveria primar pela formação para a cidadania. No entanto, parece haver um equívoco no entendimento do conceito de cidadania. Alguns gestores, tanto de instituições públicas, quanto particulares, se apropriaram desse termo para defender interesses próprios, sem compromisso com a autonomia de seus alunos. Não tenho a intenção de analisar profundamente essas questões, mas algumas considerações são necessárias.

SANTIN (1992, p. 42), afirma que uma escola democrática tem como objetivo fundamental, preparar a população para o exercício pleno da cidadania, o que significa mostrar as possibilidades e oferecer as condições de participação em todas as instâncias da vida da própria nação. Nesse sentido, governar pode ser uma das participações desse ser intelectualmente autônomo formado pela escola.

É interessante perceber que a escola reproduz e produz a cultura, no entanto, não sei dizer se essa prática se iniciou na escola, ou se a escola copiou de outrem. Penso que uma escola que se propõe a educar para a cidadania deve buscar em princípio a educação para a ética e justiça social.

Vocês poderão pensar que estou radicalizando, que isso é somente uma brincadeira da escola; uma forma de arrecadar fundos para a escola; mas, se a instituição é uma instituição particular, porque arrecadar fundos se os pais já pagam o valor (quase sempre exorbitante) da mensalidade? Ou ainda, se for uma escola pública, porque os gestores não se apropriam das formas lícitas oferecidas pelo governo na captação de fundos?

Alguns vão justificar sua prática em nome da tradição, mas  tradição por tradição há 3.000 ac, os perdedores de uma batalha tinham seus crânios transformados em bolas de futebol.

Os pais não percebem ou não querem perceber, por conta da vaidade de ver sua filha “rainha”, a dimensão da corrupção que nvolve esse processo.

Existem alguns pontos em que realmente sou radical, e esse é um deles.

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